Conheci por meio do twitter a arquiteta Thais Frota. Todo o trabalha de Thais é focado na acessibilidade. Há alguns dias acompanho os post, e percebo a preocupação dela em além de possibilitar fácil acesso o de promover inclusão social, como o questionamento dela às construtoras sobre a falta de apartamentos decorados com acessibilidade já que deficiente físico também é consumidor. Este é um problema cultural, muito mais que de acessibilidade.
“No Brasil a pessoa com deficiência ainda é vista como um "problema". São pessoas esquecidas pela sociedade.
É muito difícil alguém que não tem deficiência se preocupar com essas questões, geralmente, a falta de acessibilidade é percebida quando a pessoa quebra uma perna, quando precisa passar com um carrinho de bebê etc.
Na cidade de São Paulo existe a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, que fiscaliza, incentiva e colabora com a Acessibilidade em todos os locais. Só com um órgão público existe "conscientização", mesmo que seja forçada!”por Thais.
Thais me explica que acessibilidade é “a adequação de espaços urbanos e edificações, que possibilite o acesso e uso com segurança para TODAS as pessoas. Se o lugar não é acessível para TODAS as pessoas, o lugar é deficiente.” Entendo o que a Thaís quer dizer com isso; como sou baixinha e canhota, muitas vezes tenho dificuldade de acessibilidade sem necessariamente ser deficiente física, assim como as mulheres grávidas que também têm mobilidade reduzida, ou pessoas idosas.
Todos nós devemos contribuir com a acessibilidade denunciando para as prefeituras ou ministério público situações como restaurantes sem cardápio em Braille, ou dificuldade de deficientes físicos acessarem um elevador. “Assim estaremos cumprindo nosso papel como cidadão! Só vamos fazer um mundo melhor e mais acessível se todos nós participarmos”, alerta Thaís.
1. O que prevê um projeto de acessibilidade?
O projeto de Acessibilidade deve levar em consideração a facilidade de locomoção e a simplicidade do desenho da planta.
Desde o acesso tudo tem que ser bem planejado. Todos os pavimentos devem ser acessíveis, incluindo sanitários adaptados e vagas reservadas para pessoas com deficiência, balcão de atendimento mais baixo, sinalização em Braille e corrimãos, portas leves de serem abertas, informações fáceis e precisas, etc.
2. Como a arquitetura colabora com estas questões? E há uma lei (desculpa não sei o número) que regulamenta as novas construções, como está o cumprimento desta norma?
A arquitetura acessível é fundamental para garantir o direito de ir e vir de um cidadão. Ficar em casa por opção é muito diferente de ficar em casa por falta de Acessibilidade no meio urbano. Jamais a idéia será confinar as pessoas em casa para que se façam tudo pela internet!
Existem Leis Federais que dizem que todos os locais devem ser acessíveis, para isso deve-se usar a Norma NBR 9050/2004. Esta é a Norma de Acessibilidade.
3. Você esteve no Rio recentemente para fazer vistoria num prédio que ainda não foi inaugurado, me parece procedimento correto da construtora, mas e os que já estão aí, como fazer a adaptação?
Como os escritórios de arquitetura ainda não têm um departamento de Acessibilidade, as obras são finalizadas e entregues sem a preocupação com a pessoa com deficiência.
No caso desta obra que eu fui analisar, ainda não existia corrimão e eles estavam quase instalando corrimãos com medidas inadequadas! Cheguei a tempo de consertar isso. Coisas muito simples que passam despercebidas por qualquer pessoa, podem fazer a diferença quando se trata de pessoas com deficiência.
As adaptações sempre são bem vindas, apesar de causar transtornos, são necessárias. E não se pode esquecer de usar como parâmetro a Norma NBR 9050/2004!
4. Qual deve ser o procedimento de quem vai construir ou reformar para respeitar a acessibilidade?
Acessibilidade deve ser levada em consideração desde o começo do projeto. Se a Norma de Acessibilidade for utilizada com certeza a edificação será acessível. Existem muitas pessoas "curiosas" nesta área, devemos tomar muito cuidado para isso: o profissional credenciado para garantir a questão da Acessibilidade é o Arquiteto!
Para quem quiser ter mais informações sobre acessibilidade acompanhe pelo twitter de Thais: @acessibilidade e pelo Blog Arquitetura Acessícel.
“No Brasil a pessoa com deficiência ainda é vista como um "problema". São pessoas esquecidas pela sociedade.
É muito difícil alguém que não tem deficiência se preocupar com essas questões, geralmente, a falta de acessibilidade é percebida quando a pessoa quebra uma perna, quando precisa passar com um carrinho de bebê etc.
Na cidade de São Paulo existe a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, que fiscaliza, incentiva e colabora com a Acessibilidade em todos os locais. Só com um órgão público existe "conscientização", mesmo que seja forçada!”por Thais.
Thais me explica que acessibilidade é “a adequação de espaços urbanos e edificações, que possibilite o acesso e uso com segurança para TODAS as pessoas. Se o lugar não é acessível para TODAS as pessoas, o lugar é deficiente.” Entendo o que a Thaís quer dizer com isso; como sou baixinha e canhota, muitas vezes tenho dificuldade de acessibilidade sem necessariamente ser deficiente física, assim como as mulheres grávidas que também têm mobilidade reduzida, ou pessoas idosas.
Todos nós devemos contribuir com a acessibilidade denunciando para as prefeituras ou ministério público situações como restaurantes sem cardápio em Braille, ou dificuldade de deficientes físicos acessarem um elevador. “Assim estaremos cumprindo nosso papel como cidadão! Só vamos fazer um mundo melhor e mais acessível se todos nós participarmos”, alerta Thaís.
1. O que prevê um projeto de acessibilidade?
O projeto de Acessibilidade deve levar em consideração a facilidade de locomoção e a simplicidade do desenho da planta.
Desde o acesso tudo tem que ser bem planejado. Todos os pavimentos devem ser acessíveis, incluindo sanitários adaptados e vagas reservadas para pessoas com deficiência, balcão de atendimento mais baixo, sinalização em Braille e corrimãos, portas leves de serem abertas, informações fáceis e precisas, etc.
2. Como a arquitetura colabora com estas questões? E há uma lei (desculpa não sei o número) que regulamenta as novas construções, como está o cumprimento desta norma?
A arquitetura acessível é fundamental para garantir o direito de ir e vir de um cidadão. Ficar em casa por opção é muito diferente de ficar em casa por falta de Acessibilidade no meio urbano. Jamais a idéia será confinar as pessoas em casa para que se façam tudo pela internet!
Existem Leis Federais que dizem que todos os locais devem ser acessíveis, para isso deve-se usar a Norma NBR 9050/2004. Esta é a Norma de Acessibilidade.
3. Você esteve no Rio recentemente para fazer vistoria num prédio que ainda não foi inaugurado, me parece procedimento correto da construtora, mas e os que já estão aí, como fazer a adaptação?
Como os escritórios de arquitetura ainda não têm um departamento de Acessibilidade, as obras são finalizadas e entregues sem a preocupação com a pessoa com deficiência.
No caso desta obra que eu fui analisar, ainda não existia corrimão e eles estavam quase instalando corrimãos com medidas inadequadas! Cheguei a tempo de consertar isso. Coisas muito simples que passam despercebidas por qualquer pessoa, podem fazer a diferença quando se trata de pessoas com deficiência.
As adaptações sempre são bem vindas, apesar de causar transtornos, são necessárias. E não se pode esquecer de usar como parâmetro a Norma NBR 9050/2004!
4. Qual deve ser o procedimento de quem vai construir ou reformar para respeitar a acessibilidade?
Acessibilidade deve ser levada em consideração desde o começo do projeto. Se a Norma de Acessibilidade for utilizada com certeza a edificação será acessível. Existem muitas pessoas "curiosas" nesta área, devemos tomar muito cuidado para isso: o profissional credenciado para garantir a questão da Acessibilidade é o Arquiteto!
Para quem quiser ter mais informações sobre acessibilidade acompanhe pelo twitter de Thais: @acessibilidade e pelo Blog Arquitetura Acessícel.
2 comentários:
Acho este um tema palpitante e extremamente necessário. Apesar de já prestar atenção há muito tempo a ele, nem sempre consigo tornar meus projetos plenamente acessíveis.
Fizemos um curta-metragem em protuguês e colocamos legendas, também em português, para os cinéfilos surdos. Depois, vim a aprender que existe uma forma interessantíssima para cegos que assistem filmes: "narração para cegos", que além do diálogo e sons normais do filme, conta com uma narradora descrevendo a cena. Achei fantástico.
Meu site pessoal conta com um tradutor de texto que, clicado, narra o texto para uma pessoa cega. Apesar do sotaque meio castelhano, dá pra entender bem. Só nunca testei em um computador adaptado, para descobrir como que as pessoas com deficiências visuais encontram o botão para clicar e ouvir o post.
No consultório é uma catástrofe: trabalho no quarto andar de um prédio que só tem elevador até o terceiro. No caso, a "acessibilidade" que promovo é a seguinte: o paciente é atendido no consultório de um colega no terceiro andar.
E assim por diante. Bela entrevista. Parabéns à Thais pelo estudo e à Patrícia pela entrevista.
Rafael, obrigada pela participação. Realmente essa condição de acessibilidade é muito pouca estimulada e respeitada. É comum só darmos conta quando somos nós mesmos com dificuldades. Mas, acredito que com pessoas como você e Thais isso vai mudar. Vamos continuar divulgando trabalhos assim. Gostaria de conhecer esse trabalho de narração para cegos.
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