30 de dezembro de 2008

2009 com Muita Solidariedade e Mobilização Social !


Muita solidariedade, mobilização e ação para 2009. Que cada um de nós possa seu um pavio de iluminação para todo o mundo.
Não há fronteiras para a humanidade.

29 de dezembro de 2008

Carro Elétrico - Será ?




REVAi começa a ser vendido no Brasil em janeiro de 2009
Carro elétrico indiano, importado pela CAM BR, do grupo espanhol Endesa, será vendido pela ElecTrip

Texto: Gustavo Henrique Ruffo
Fotos: Divulgação



(29-12-08) - Muitos brasileiros acompanham com inveja o fato de carros elétricos estarem à venda em outros países e não por aqui. Afinal, quem não gostaria de reabastecer seu veículo na tomada de casa, gastando muito menos do que no posto e, ainda por cima, sem poluir o ambiente? Essa inveja pode começar a diminuir. Isso porque a CAM Br, ligada ao grupo espanhol Endesa, resolveu ser a representante oficial da REVA na América do Sul. REVA é uma empresa indiana que produz apenas carros elétricos, como o REVAi, que você vê nas fotos desta reportagem. E a primeira revenda da marca deve se instalar em São Paulo, controlada pela empresa ElecTrip. O REVAi, aliás, já está a caminho do Brasil. Em meados de janeiro chegam por aqui as duas primeiras unidades, a R$ 56.385 cada uma.O preço pode parecer alto, mas só será, realmente, quando houver outras opções no mercado, como o Pompéo, que deve começar a ser vendido nos próximos anos. Por ora, o REVAi será a única opção. Se pensarmos que o smart fortwo, que também chega em 2009, vai ter um preço nessa mesma faixa, ele não parecerá tão fora de valor, ainda mais considerando sua propulsão. O fortwo é movido a gasolina e, apesar de ser um dos carros mais limpos do mundo, ainda consome combustível fóssil.Até em dimensões os dois carrinhos urbanos se parecem. Enquanto o fortwo tem 2,70 m de comprimento e 1,56 m de largura, o REVAi tem 2,64 m de comprimento, 1,32 m de largura, 1,51 m de altura e um entreeixos de 1,71 m. Apesar de elétrico, o REVAi pesa 665 kg, contra 770 kg do smart. Isso torna o modelo elétrico mais eficiente, ainda que ele seja evidentemente menos sofisticado.Em termos de espaço, o fortwo tem apenas dois lugares, mas com bastante conforto. O REVAi é definido como um 2+2, ou seja, ele leva dois adultos e duas crianças, que são transportadas como se vê na terceira foto da galeria ao lado, no porta-malas ou, como se dizia antigamente, em nas Kombi escolares, no “chiqueirinho”.Além do modelo Standard, que custa R$ 56.385, haverá também a opção de importar a Deluxe, que vem com rodas de liga-leve, ar-condicionado, travas elétricas, bancos de couro e toca-CD com MP3. Tudo a R$ 75.075. Em termos de nível de equipamentos, o smart fortwo leva a melhor, pois vem com todos esses itens e mais alguns, como airbags, ABS e controle de tração pelo valor do modelo Standard do REVAi.Segundo a ElecTrip, as vendas, de início serão feitas mediante encomendas. O interessado escolhe a cor e o modelo de seu REVAi e deposita 25% do valor do carro escolhido. Quando ele chega ao Brasil, o que pode levar até cinco meses, o comprador paga o restante do valor e leva seu carro para casa. "Tenho a intenção de abrir uma representação em São Paulo, mas tudo depende do volume e da aceitação do veículo, bem como da redução de impostos, que são muito altos, ainda", disse Victor Levy, da ElecTrip.Para quem quiser comprar o carrinho, vale lembrar que a autonomia dele é de 80 km, com uma velocidade máxima de 80 km/h, que dá e sobra para andar nas cidades, mas não se recomenda nas estradas.A REVA já anda desenvolvendo um modelo com aspecto mais moderno e baterias mais eficientes, de íons de lítio (as do REVAi são de chumbo). Apresentado como o conceito NXG, ele também pode desembarcar no Brasil, quando estiver à venda em seu país de origem. Com isso, pode-se dizer que 2009, por aqui, vai começar com um pezinho na sustentabilidade. E as novidades não devem parar por aí.
Fonte: Yahoo Autos

23 de dezembro de 2008

Saiu na Razão Social

Razão Social é uma leitura obrigatória para quem acompanha o mundo da Responsabilidade Social. Amelia Gonzalez é uma editora cuidadosa e trabalhadora, que está sempre buscando infomações de tudo que acontece no Brasil e no mundo para compartilhar com os leitores. Admiro o seu trabalho e o fôlego.






COEP faz um resgate histórico da mobilização cidadã

post Razão Social - 22 de dezembro de 2008

Acabo de receber um livro muito importante para quem se interessa pela história da cidadania no país. Chama-se "Das ruas às redes - 15 anos de mobilização social na luta contra a fome e a pobreza" e é da Coleção Coep (Comitê de Entidades no Combate à Fome e pela Vida) , que teve como um dos fundadores o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. Dei só uma passada de olhos, por enquanto, mas a tempo de ler a carta de Betinho quando constituiu o Movimento pela Ética na Política. Vejam um trecho: "A insanidade de um país que marginalizou a maioria deve terminar agora. O Brasil precisa mobilizar todas as energias para mudar de rumo e colocar um fim à miséria. Devemos criar em todos os lugares a ação da cidadania em luta contra a fome e a miséria. Precisamos todos constituir esse movimento. Podemos ainda produzir o encontro do Brasil com sua própria sociedade". Hoje vivemos outros tempos, de menos miséria e de um governo mais preocupado com o social. Mas, sobretudo em tempos de crise, quando as demissões podem acabar por criar um quadro semelhante ao de 15 anos atrás, quando esta carta foi escrita, é muito bom estar com estas palavras frescas e vivas no pensamento. Também por isso, o livro lançado pelo Coep é muito oportuno. Ele tem edição limitada, mas pode ser acessado pelo www.coepbrasil.org.br/cidadaniaemrede, e para estimular justamente esta rede de cidadania, quem quiser pode enriquecer o livro, contar suas próprias histórias de mobilização. É uma forma de deixar a obra aberta, sendo escrita continuamente e de forma coletiva.

19 de dezembro de 2008

Energia Kinética











Dar uma voltinha de bicicleta e recarregar a batéria do celular.
Quem sabe pode se adaptada para outros usos.
Imagina isso nas cidades do interior pelo Brasil.
Tudo é conhecimento e informação para poder haver a replicação.

15 de dezembro de 2008

Bolsas Solares - Coisa de Suíço






Coisa de suíço, sem dúvida, do fabricante Sakku. Bolsas com painéis solares com capacidade para carregar baterias de celulares, GPS, Ipod, PDAs ou câmeras digitais. As bolsas são feitas com tecido de vela de barco reutilizadas. Cada bolsa carrega o histórico de onde provém as "velas", com o nome do barco e tudo. Acho que poderíamos replicar essa idéia aqui no Brasil. Tenho certeza de que seria muito útil para os técnicos que andam pelo semi-árido brasileiro. Será que ninguém vai fazer isso aqui?Espero que sim...e breve! Sem deixar a beleza e a estética de lado, espero.

10 de dezembro de 2008

Homens de Gelo de Nele Azevedo









Nele Azevedo, artista plástica, apresentou essa eco instalação em 2005. Mas tenho visto que a notícia ressurge em 2008, em blogs e sites estrangeiros, com a questão do aquecimento do planeta. Homens de gelo, derretendo na Praça da Sé, em São Paulo. Interessante o efeito de nós, derretendo, e nós assistindo.


5 de dezembro de 2008

Vale demite 1.300 pessoas, coloca 5.500 em Férias Coletivas e...

Vale adota Parque Estadual da Ilha Grande
5/12/2008 - 14h57
Por Elianah Jorge
Conhecida internacionalmente por suas belezas naturais, a Ilha Grande, na Costa Verde do estado, ganhou hoje (05/12) uma iniciativa relevante para a conservação de sua riqueza ambiental: a adoção do Parque Estadual da Ilha pela empresa Vale, uma iniciativa pioneira no Brasil. O convênio, firmado pelo governador Sérgio Cabral e pelo presidente da maior empresa nacional do ramo de mineração, Roger Agnelli, formaliza o Plano de Desenvolvimento Sustentável, que prevê 23 ações para a sustentabilidade da ilha. Durante a cerimônia, no Salão Nobre do Palácio Guanabara, também foi realizada a formatura de 22 bombeiros da primeira turma de guarda-parques do estado.
Caberá à Vale colaborar no contingente de recursos humanos, fornecer suprimentos, insumos e materiais necessários à operação do Parque. Também estão previstas a colaboração na captação de recursos e a continuidade do projeto de restauração do ecossistema da região.
O orçamento de investimento e custeio do Parque da Ilha Grande passou de R$ 40 mil para R$ 20 milhões, a soma dos recursos da compensação ambiental, da adoção, da recuperação florestal, do Prodetur, de Emenda Parlamentar, do Fecam para saneamento e do Corpo de Bombeiros no Guarda Parque. É o maior investimento da história de um Parque no Brasil.
- A Vale é uma empresa entusiasmada com a Ilha Grande. O que estamos fazendo hoje aqui é uma parceria de R$ 20 milhões em cinco anos. São cinco milhões da Vale, em cinco anos, e mais quinze milhões, parte dos recursos do Fecam (Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano), da emenda do deputado federal Luiz Paulo, parte da prefeitura de Angra dos Reis, e também do programa do Ministério do Turismo, informou o governador Sérgio Cabral.

Plano de Desenvolvimento Sustentável
Há dois anos foi iniciada a elaboração do Plano de Desenvolvimento Sustentável da Ilha Grande (PDS), etapa decisiva no processo de preservação e conservação das riquezas ambientais da região. O Plano é o resultado do trabalho de 500 pessoas, entre moradores e representantes de ONGs, poder público e iniciativa privada em busca de alternativas sustentáveis para o futuro da região.
O processo de construção do plano resultou em 264 propostas que, depois de estruturadas e consolidadas, deram origem a um plano de ação de 58 projetos, dos quais 28 foram selecionados em uma agenda de alto impacto.
- O objetivo foi criar um plano de desenvolvimento sustentável para a Baía de Ilha Grande. Foi feito um levantamento quase que árvore por árvore do tipo de vegetação para o tipo de recuperação que tem que ser feito - declarou o presidente da Vale, Roger Agnelli.
O PDS também servirá para direcionar ações dos governos municipal e estadual, que já assumiram compromissos com projetos previstos no plano, como, por exemplo, a melhoria na infra-estrutura para o turismo e serviços públicos.
- Este é um momento importantíssimo. A parceria permite que nós afastemos a idéia de que a área de preservação é sinônimo de área que vai ser invadida, favelizada, degradada. Tão importante quanto esta iniciativa de adoção pela empresa, é o compromisso que o Estado está tendo com a preservação - ressaltou Marilene Ramos, secretária de Ambiente.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, lembrou que parques bem cuidados atraem investimentos e promovem a manutenção:
- Com o parque bem cuidado, bem demarcado e bem administrado, com recursos da compensação ambiental, é possível ter mais pesquisas, mais ecoturismo, mais articulação com o entorno dele atraindo investimentos e se preservando da melhor forma. A melhor defesa não é o não uso, é o bom uso - disse Carlos Minc.
A criação de guarda-parques, iniciativa de Sérgio Cabral e posteriormente transformada em decreto federal, faz parte de convênios que serão assinados este ano:
- O Rio será um dos primeiros estados a assinar convênios com guarda-parques e batalhões florestais estaduais. Isto vai funcionar através dos recursos dados pelo governo federal para os bombeiros e batalhões florestais em equipamentos e, em contrapartida, os batalhões florestais vão atuar junto com o Ibama em ações preventivas, e os guarda-parques vão defender pelo menos um parque federal no Rio de janeiro, anunciou o ministro de Meio Ambiente.
Para André Ilha, presidente do Instituto Estadual de Florestas, esta iniciativa fará do Parque da Ilha Grande uma referência nacional:
- Há uma grande quantidade de recursos e de empenho nosso para fazer com que o Parque da Ilha Grande seja efetivamente um parque modelo e que nos orgulhe cada vez mais, disse.

Bonificação
O curso de capacitação de guarda-parques, ministrado aos bombeiros, vai contribuir para que os participantes desempenhem suas funções com maior eficiência levando a melhoria da qualidade de vida e de trabalho, como também para que sejam multiplicadores do cultivo de atitudes de proteção e conservação da diversidade biológica e cultural.
O governador anunciou um auxílio em contrapartida ao trabalho realizado pelos guarda-parques:
- Quero dizer que colocamos os bombeiros em missões especiais, mas também damos alguma contrapartida. Então quero anunciar que, da mesma maneira que foi feito em relação à dengue, com os bombeiros militares que aderiram ao combate como agentes de saúde, quero dizer a vocês que, a partir de janeiro, vou tentar pegar recurso de Brasília, com o ministro do Meio Ambiente, mas de qualquer maneira os guarda-parques receberão uma ajuda de R$ 500 por mês, uma bonificação pela natureza do trabalho e pelo compromisso que a instituição assumiu conosco - anunciou Sérgio Cabral.
Pelo menos não recuaram na adoção do Parque de Ilha Grande!

Cuidar do Lixo nosso de cada Dia



Apareceu nesta semana este outdoor na Voluntários da Pátria, Rio de Janeiro. Achei uma iniciativa oportuna para a conscientização da população sobre o assunto lixo. A proposta é do Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Sim, o lixo sempre volta para você. É como a relação de causa e efeito. Se inundamos nosso ambiente de lixo, estaremos inundando nós mesmo de resíduos. Precisamos fazer a coleta seletiva, ter consciência do lixo tóxico, manter a cidade limpa.
Abaixo segue a notícia publicada:

Estado lança campanha contra quem suja praias, ruas e rios
Por Guedes de Freitas

Reciclável e lixo comum versus Sujismundo. Personagens da campanha, deflagrada nesta quinta-feira, pela Secretaria do Ambiente, contra quem suja praias, ruas e rios no Estado do Rio de Janeiro, as duas figuras, em forma de latão de lixo, estarão sempre a postos para flagrar pessoas jogando lixo de forma inadequada, aquele que atira um papel na areia, joga copos descartáveis no chão ou despeja lixo doméstico em rios e canais. Em todas as situações, vão lembrar aos sujismundos, sempre de forma leve e descontraída, que este gesto é um ato contra eles mesmos, traduzido na forma de enchentes e doenças, como a dengue.
A campanha publicitária, que durante as três próximas semanas estará nas emissoras de rádio e televisão, em horário nobre, e na mídia impressa, tem o objetivo de educar e informar a população sobre as conseqüências da destinação inadequada do lixo doméstico. Todos os spots publicitários trazem um número telefônico gratuito e o endereço de um site para a pessoa fazer denúncias, apresentar sugestões e se informar dos procedimentos adequados para o lixo. A mensagem publicitária sempre termina com esta frase: “Saiba o que fazer com o seu lixo. Acesse www.meulixo.rj.gov.br ou ligue para 0800.941.6600. O lixo sempre volta para você. Cuide bem dele”.
As mensagens publicitárias já estão no ar desde ontem. A ocasião é mais do que oportuna: o início do verão. Segundo a secretária do Ambiente, Marilene Ramos, como é tempo de muita chuva, esta estação do ano está associada a tragédias e epidemias em grande parte graças à falta de orientação da população para a destinação adequada do lixo que produz.
– A campanha pretende alertar a população para os efeitos da destinação inadequada do lixo, com base em duas premissas: o caráter provocador de inundações, ao entupir rios e sistemas de drenagem, e como focos de doenças, por causa dos detritos acumulados à beira de cursos de água e em terrenos baldios. Sem falar que o lixo está diretamente associado à degradação ambiental – conceituou a secretária.
A campanha "Para onde vai o seu lixo?" tem pretensões de mudar paradigmas da educação ambiental, tradicionalmente feita por meio de programas a varejo, ao longo do ano. Ao adotar postura mais profissional, a campanha busca ampliar o alcance do público-alvo.
– Diria que esta é uma campanha ambiental de massa, por atacado, atingindo desde a classe média alta, que vai à praia e joga lixo pela janela do carro, até as comunidades mais carentes que, para não estocar o lixo em casa até a passagem do caminhão de limpeza ou para não ter de caminhar um pouco até uma caçamba, opta por descartá-lo diretamente no rio ou no terreno baldio – sintetizou Marilene Ramos.
A secretária também fez o primeiro balanço do mutirão de limpeza do Rio Pavuna-Meriti, na Baixada Fluminense, lançado oficialmente no dia 19. De lá até o dia 27, em pouco mais de um quilômetro, a partir da ecobarreira próxima à Rodovia Washington Luiz, em Duque de Caxias, no sentido da nascente, foram recolhidas em ambas as margens 350 toneladas de lixo. O plano é fazer a limpeza nos 20 quilômetros do rio, aliado à educação ambiental das comunidades ribeirinhas.

3 de dezembro de 2008

Rede COEP mobiliza associadas para apoio às vítimas dos temporais em SC, ES e Campos (RJ)

O Comitê de Entidades no Combate à Fome e pela Vida iniciou, desde a semana passada, campanha de mobilização nas associadas nacionais para apoio aos desabrigados dos temporais em Santa Catarina, Espírito Santo e Campos dos Goytacazes (RJ).
Associadas como os Correios, FURNAS e Ibama já disponibilizaram agências e unidades para apoio e recebimento de doações (vestuário, roupas de cama, mesa e banho, calçados, alimentos não perecíveis, tendas e barracas) para as vítimas dos temporais.

Os Correios, nas agência e unidades de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, disponibilizou a postagem das encomendas-donativo sem custo. As encomendas devem ter, no máximo, 30 kg.

Em Campos, em virtude do estado de calamidade que se encontra o município, iniciou mobilização nas organizações associadas e sociedade civil para campanha de arrecadação de donativos para as 10 mil pessoas desabrigadas.
Os postos de arrecadação são:

CEFET Campos - Rua Dr . Siqueira, 275 - Parque Tamandaré

UENF – Avenida Alberto Lamego

Usina Sapucaia – Rodovia BR 356

Furnas – Rodovia BR 356 - Km 2,0


Maiores informações, acesse: http://www.coepbrasil.org.br/

30 de novembro de 2008

V Feira Nacional de Agricultura Familiar e Reforma Agrária





Visitei hoje a V Feira Nacional de Agricultura Familiar e Reforma Agrária...me decepcionei, pois a edição carioca não chegou aos pés da edição que conheci em outubro de 2007, em Brasília. Eu não conhecia o evento e quando estive a trabalho na feira um novo Brasil se apresentou para mim. Um Brasil que dá certo, onde as pessoas das regiões mais distantes conseguem coletivamente desenvolver-se, com resultados concretos da parceria governo, comunidades, pessoas e organizações.

Tive a impressão que trazer a proposta para o Rio de Janeiro deve te sido uma dificuldade. Eu só vi consumo aqui na Marina da Glória. Ambiente e atmosfera muito diferentes do clima da de Brasília. Não encontrei o pessoal do interior do Ceará que produz café orgânico de sombra, não encontrei os produtores do Tocantins que enriqueceram a terra improdutiva por causa da criação de gado, entre outras pessoas e projetos com quais tive contato ano passado. O stand Talento Brasil estava minúsculo. A Lã Pura, RS, que trabalha com lã de ovelha crioula e crina de cavalo estava escondidinha. O pessoal do Vale da Harmonia, RS, que tem uma cachaça maravilhosa, estava lá na praça das cachaças, mas infelizmente também não encontrei o pessoal que me vendeu a Harmonie Schanps.

O mais interessante, e confortável, da feira foi, na saída, escondidinha no corredor, o pessoal de São Francisco de Itabapoana (aliás, o único rosto familiar, pois conheci a Shirley Artes ano passado, quando comprei duas bolsas do projeto), com uma poltrona linda de taboa. Foi a única peça que me fez tirar da bolsa meu pequeno Nokia6120 e tirar estas fotos.
Segue abaixo as informações institucionais sobre a produção de taboa.
A Taboa é uma planta nativa das regiões alagadas. É uma monocotiledônea que apresenta um “pendão reprodutor” já utilizado a muito tempo por pessoas do interior para confecção de travesseiros. Sua folha ao secar dá origem a uma palha com textura suficiente para ser trabalhada em forma de trança ou trama que nas mãos do artesão viram verdadeira: Obra de ARTE Como tudo surgiu ... • O IBAMA ao visitar a região de Gargaú – distrito de São Francisco de Itabapoana ministrou cursos ensinando o manejo correto da taboa. Desta forma o artesão pode fazer a retirada com consciência de que está preservando sua o meio ambiente e colaborando com a região O processo ... A taboa é retirada na primavera e/ou verão, na lua minguante e deve ser cortada a 10 cm da raiz, garantido, assim seu novo crescimento. • Uma vez retirada é disfibrilada. Suas folhas são soltas uma a uma. É posta para secar por 10 dias. Desta forma a palha cria resistência a fungos pois fica desidratada e com textura para ser trabalhada Seca e cria vida nas mãos do artesão que dão alma as peças • Misturam palha a outras matéria primas da região sendo cada peça quase que exclusiva. Pois a criatividade do artesão já ultrapassaram os limites da região. Vencendo fronteiras... • O artesanato ganham novas fronteiras nas mãos de veranistas, turistas ou pelas feiras promovidas pelo SEBRAE e Projeto PROSPERAR. PETROBRAS... • Algumas já ganharam asas para Europa e EUA ... Isso... É respeito ao meio ambiente nas mãos de brasileiros que sabem o que faz e não desistem nunca.

20 de novembro de 2008

Momento Leitura




Na correria entre mobilizações, análises, práticas, não podemos perder... a calma e parar 30 segundos que seja para ler algo. Fica aqui uma tira. 123, a leitura não é demorada e pode provocar diversas impressões estéticas no leitor. Compartilhe conosco sua leitura desta tira.

Lâmpada para Regar? Isso Mesmo!


Gente! Saiu no Blog do Planeta

Como você acende luminária da foto? Jogue água nela! Não, ela não vai explodir e você não vai ter perigo de tomar um choque. Dentro dessa luminária existem células com terra úmida, onde microorganismos produzem eletricidade suficiente para mantê-la acessa. Também há cobre e zinco para conduzir a corrente gerada. Segundo o inventor, o designer holandês Marieke Staps, não é preciso muita água na lâmpada, que funciona com energia “gratuita e amiga do meio ambiente”, como ele define. Ela ainda ajuda a diminuir a conta de luz. (texto de Thaís Ferreira)

Observação Complementar: a lâmpada é feita de LED, diôdos orgânicos capazes de emitir luz de forma econômica.

19 de novembro de 2008

FIB ao invés do PIB - um conceito básico. Chegaremos lá?
















(Foto de Lynsey Addario para a National Geographic)

Recebi há um mês a Época Negócios nº 21, referente a novembro de 2008, mas com o evento COEP 15 Anos, só ontem, no ônibus, indo para o trabalho, pude abrir e ler. Não terminei ontem a leitura, afinal, são muitas informações, preciso filtrá-las. Hoje, no mesmo caminho, lendo, filtrando. Lia um pedaço do texto do George Soros sobre a crise mundial. Estava quase cortando os pulsos... quando abri algo sensacional: uma matéria na página 190, lá quase no final da revista, naquele pedaço que todo mundo desistiu de chegar, pois leitor tem dessas coisas, vocês sabem...

Na página "Inspiração", veio me chamando como um mantra, o título sugestivo : Mente Aberta, Sugestões para uma viagem interior, por Susan Andrews (coordenadora da Ecovila Parque Ecológico Visão do Futuro), FIB, Felicidade Interna Bruta. O que isso significa? me perguntei. FIB - Felicidade Interna Bruta, um indicador de progresso que mede não a produção e o consumo, mas o bem estar da população. Mas o índice tem endereço: o Butão, país localizado entre a Índia e a China.

Com a contribuição do Wikipedia: Felicidade Interna Bruta (FIB) ou Gross National Happiness (GNH) é um conceito de desenvolvimento social criado em contrapartida ao Produto Interno Bruto (PIB). O termo foi cunhado pelo rei do Butão Jigme Singye Wangchuck em 1972 em resposta a críticas que diziam que a economia do seu país crescia miseravelmente. Essa declaração assinalou seu compromisso de construir uma economia adaptada à cultura do país, baseada nos valores espirituais budistas. Assim como diversos valores morais, o conceito de Felicidade Interna Bruta é mais facilmente entendido a partir de comparações e exemplos que definido especificamente. Enquanto os modelos tradicionais de desenvolvimento primam pelo crescimento econômico como objetivo primordial, o conceito de FIB se baseia no princípio de que o verdadeiro desenvolvimento de uma sociedade humana se dá quando o desenvolvimento espiritual e o material acontecem lado a lado, complementando e reforçando um ao outro. Os quatro pilares da FIB são a promoção de desenvolvimento sócio-econômico sustentável e igualitário, a preservação e a promoção de valores culturais, a conservação do meio-ambiente natural e o estabelecimento de boa governança.

Fui pesquisar e compartilho com vocês alguns links, para que vocês tenham o prazer de pesquisar mais, se assim desejarem. Eu entrei no nirvana com essa história toda. No trabalho, distribuí cópias do texto. Vamos fazer cada um a sua parte para que as gerações futuras possam chegar lá.

Links:
(não deixe de ler a matéria abaixo)

PIB ou FIB?
Susan Andrews / Revista Época. A autora é psicóloga e monja iogue. Autora do livro Stress a Seu Favor, ela coordena a ecovila Parque Ecológico Visão Futuro e escreve quinzenalmente na revista Época.
(Por Revista Digtal - PóloRS)

Visualize um reino de deslumbrantes cumes nevados, com leopardos e iaques vagando pelas montanhas. Com vastas florestas intocadas, onde o contentamento é mais valorizado que o comércio, e um sábio rei que declara que a felicidade de seus súditos é mais importante que a produção econômica. Um conto de fadas? Um sonho da imaginação? Um reino virtual no Second Life? Nada disso. Estou falando de um lugar real, com pessoas verdadeiras – o reino do Butão, no Himalaia. O Butão tem capturado a atenção mundial por sua inovadora mensuração da FIB (Felicidade Interna Bruta), em vez de PIB (Produto Interno Bruto). Por décadas, o PIB, índice de progresso que soma todas as transações econômicas de uma nação, tem sido criticado, mais recentemente numa conferência da Comissão Européia, em Bruxelas. O PIB não somente falha em contabilizar os custos ambientais, mas também inclui formas de crescimento econômico que são prejudiciais ao bem-estar da sociedade. Por exemplo, despesas com atendimento médico, crime, divórcio e até desastres como o Katrina são computadas como um aumento do PIB! A FIB vai um passo além. Ela situa a felicidade como o pivô do desenvolvimento. Desde a época de Aristóteles, e indo até a Declaração da Independência dos Estados Unidos, muitas sociedades consideraram a busca da felicidade um direito fundamental de todos os cidadãos. E agora, em pleno século XXI, o rei do Butão, Jigme Singye Wangchuk – uma das cem pessoas mais influentes do mundo, segundo a lista da revista Time –, disse que a FIB é o alicerce de todas as políticas de desenvolvimento do governo. Fui convidada para participar da 3a Conferência Internacional sobre Felicidade Interna Bruta em Bangcoc, Tailândia. Numerosos palestrantes enfatizaram que, enquanto o PIB se baseou na crença de que a acumulação da produção econômica leva a um maior bem-estar, as pesquisas mostram que, após certo nível de renda, o aumento da riqueza não conduz a um correspondente aumento da felicidade. Imagine um reino onde a felicidade dos súditos é mais importante que a produção econômica. Um conto de fadas? “O acelerado crescimento da Ásia nas últimas décadas alcançou o impressionante índice de 10% ao ano”, disse Surin Pitsuwan, ex-ministro do Exterior da Tailândia. “Mas será que estamos mais felizes que antes, com nossa renda aumentando cada vez mais rápido? Muitos dizem que não.” De fato, quando olhei a minha volta em Bangcoc, os graciosos pináculos dos templos tailandeses, com suas douradas telhas cintilando ao sol, foram obscurecidos pelos colossais shopping centers que parecem gigantescas espaçonaves. “Nós aqui do sudeste da Ásia”, afirmou Pitsuwan, “apesar dos nossos milhões de rúpias, de ringgits e de bahts, nos sentimos mais inseguros com relação a nossa vida, a nossa família, a nosso futuro do que jamais sentimos antes.” O Butão proveu uma alternativa. Os delegados butaneses na conferência atraíram a atenção não apenas por suas distintas túnicas bordadas, mas também por sua aura de júbilo interno. As decisões políticas nesse país, de acordo com Dasho Karma Ura, diretor para o Centro de Estudos do Butão, são tomadas a partir dos indicadores da FIB, que são os seguintes: padrão de vida, saúde, educação, resiliência ecológica, bem-estar psicológico, diversidade cultural, uso equilibrado do tempo, boa governança e vitalidade comunitária. “A renda não é buscada pelo seu bem em si, mas para aumentar a qualidade de vida, para obter a felicidade”, diz ele. “Felicidade baseada na ética, em cultivar relacionamentos entre as pessoas e com a natureza. E também uma felicidade interior baseada na espiritualidade.” Num mundo de aceleradas rupturas ecológicas, sociais e psicológicas, talvez os butaneses, com sua sabedoria dos Himalaias, tenham algo a nos ensinar. Que possamos alcançar a prosperidade em harmonia com o planeta sem perder a verdadeira fonte da felicidade: nossas conexões uns com os outros, com a Terra e com o espírito dentro de nós.
Depoimentos :
“Entre os economistas tem havido por muito tempo uma forte convicção que o PIB não é uma boa métrica. Não mede as mudanças em bem-estar. Se os líderes estão tentando maximizar o PIB, e o PIB não é uma boa métrica, estamos maximizando a coisa errada” “As medidas padrão do PIB não medem a degradação do meio-ambiente, o esgotamento dos recursos naturais e nem o agudo declínio na qualidade de vida dos cidadãos. Acho que em todos os lados do espectro político há o reconhecimento dessas deficiências, e a convicção que é importante desenvolver melhores métricas, independentemente se você estiver à esquerda ou à direita”.
-Joseph Stiglitz , economista prêmio Nobel requisitado pelo presidente francês Nicolas Sarkozy para desenvolver um novo sistema de cálculo econômico incluindo fatores de qualidade de vida.
“Uma vez que as Metas de Desenvolvimento do Milênio quanto à saúde, educação, proteção ambiental etc., sejam atendidas em um determinado número países na data limite de 2015, necessitaremos de um novo conceito para ser discutido. O FIB pode ser a versão futura das Metas de Desenvolvimento do Milênio – considerando o bem-estar psicológico, a manutenção do equilíbrio na vida. Essas são coisas que serão mais importantes na próxima década”.
- Bakhodir Burkhanov , um dos diretores do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) no Butão, ao explicar que a ONU está apoiando essa pesquisa e o desenvolvimento do FIB no Butão e no mundo.
“O Butão tem praticado aquilo que outros países precisam cumprir. Precisamos estender o conceito de Produto Interno Bruto para Felicidade Interna Bruta. Nós, do Banco Mundial, estamos aprendendo muito com o Butão”.
- Graeme Wheeler, Diretor Gerente do Banco Mundial.

12 de novembro de 2008

Outras Imagens de Aila







ODM 3 - Igualdade entre os Sexos e Valorização da Mulher.
ODM 5 - Melhorar a Saúde da Gestantes

Muralistas no evento COEP 15 Anos - Um Espaço criado para a Arte dos Jovens





Durante os três dias do evento COEP 15 Anos, Aila e Smoky, artistas do grafite, criaram seus murais tendo como tema os Oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. A arte do grafite chamou a atenção pela forma como expressaram as metas estabelecidas pela ONU. Muitos participantes criaram rodas informais de debates, trazendo cada um a sua leitura do que estava sendo pintado. Os jovens estão despertos, conscientes do seu papel para o futuro do nosso povo. Aila está envolvida na difusão da arte para jovens de escolas públicas e comunidades. Num depoimento, Aila me disse que numa das escolas em que divulgava a arte, os alunos, até então, não tinham nenhum contato com o mundo das artes, ou seja, não tinham a disciplina de arte na grade curricular. Através dos murais, Aila pôde passar para esses jovens o conhecimento do uso das cores e principalmente a idéia de que poder criativo está plantado em qualquer um deles. Os artistas foram convidados pelo COEP através de Marcelo Vale, responsável pela COEPTeVê. Os oito murais criados serão utilizados pelo COEP nos programas da COEPTeVê. Fica aqui a idéia para que empresas possam levá-los para os seus eventos e quem sabe incluí-los em projetos de capacitação artística.


11 de novembro de 2008

Cassio Martinho - Entrevista na RTS

Não resisti. Publico aqui uma entrevista com Cassio.
Cássio Martinho, jornalista e consultor em gestão de redes para uma série de instituições governamentais e ONGs, Cássio Martinho, 44, é autor do livro “Redes – uma introdução às dinâmicas da conectividade e da auto-organizações”, uma das principais referências nacionais sobre o tema. Palestrante do seminário Redes e Desenvolvimento 2008, Martinho fala ao Portal da RTS sobre o papel das redes para o desenvolvimento, aponta os desafios das novas redes organizacionais em construção no país e indica caminhos para construir processos mais horizontais que considerem a participação de todos.

Rede de Tecnologia Social - Qual o papel das redes para o desenvolvimento?
Cássio Martinho - Sou um pouco crítico da idéia das redes como instrumento. Na verdade, as pessoas ainda tendem a ver as redes como uma forma de organização capaz de produzir determinados efeitos. Neste sentido, ela tem uma contribuição a dar que será mais ou menos eficaz de acordo com a capacidade organizativa dela própria. Ao contrário dessa idéia, acho que a rede é condição para o desenvolvimento, não um instrumento. Ela não é meio para chegar lá, mas um elemento constitutivo disso a que se almeja, ou seja, o desenvolvimento para ser integrado e sustentável deve por si só conter características de alta conectvidade, alta colaboração entre os parceiro e elevado nível de capital social.
RTS - É possível fazer uma distinção entre redes de relacionamento e redes de resultado?
Martinho - Acho que são duas expressões de um mesmo fenômeno. Toda rede operativa é atravessada por relacionamentos. Ao mesmo tempo, essa rede operativa vai produzir uma série vasta de relacionamentos a partir da sua ação. O que a gente pode dizer é que essas redes operativas organizam um conjunto de relações. O que ela vão fazer é dar um caráter um pouco mais operacional a esses relacionamentos. Ao invés destes relacionamentos ficarem tão espontâneos e dispersos pelo meio, as redes vão organizá-los de tal maneira que possam operar de forma mais constante e sistemática.
RTS - Quais são os elementos constitutivos de uma rede?
Martinho - Entender quais são os elementos constitutivos de uma rede é vital para construir processos de gestão, cooperação e coordenação eficazes. O primeiro aspecto é a conectividade. Pode parecer óbvio, mas temos que prestar atenção que uma rede exige conexões ativas. É preciso que as pessoas acionem as conexões que existem. De um modo geral, as redes sociais têm um enorme número de relacionamento que persistem inativos. Estão lá dormindo, em latência. O segundo aspecto fundamental é a maneira de organizar estas conexões, e aí a horizontalidade é o aspecto mais importante. Uma rede só é rede na medida que mantém conectados os atores de uma forma horizontal e não de uma forma piramidal hierárquica. Nesse sentido a cooperação é potencializada garantindo-se autonomia de cada um dos atores constitutivos da rede se o modelo gerencial e organizacional apostar na não hierarquia. E o terceiro aspecto é a ação das pessoas, até porque, na verdade, redes são conexões ativas, organizadas de maneira não hierárquica, acionadas pelas pessoas.
RTS - Como equilibrar esta horizontalidade considerando que tende a haver assimetria de poder entre os atores participantes de uma rede?
Martinho - Sempre vai haver alguma desproporção ou alguma diferença de nível de poder entre os atores. Agora, a concepção da organização política da rede tem condição de mitigar e minimizar os efeitos desta assimetria se ela partir do princípio de que, em tese, todos os atores ali constituintes do processo têm o mesmo poder político. E se os atores são autônomos, você parte do princípio de que eles têm o mesmo poder, porque sujeitos autônomos que lidam com sujeitos autônomos têm de construir um relacionamento não invasivo e democrático. O desnível me parece acontecer na ação. A diferença de capacidade e recursos, per si, também não implica necessariamente em assimetria de poder. Para lidar com esse problema, as redes têm que construir seus mecanismos de gestão e decisão levando em conta os princípios da rede. Se a horizontalidade é um valor para rede, os mecanismos de gestão e decisão devem considerar esse valor e compensar isso em seu desenho organizacional. Claro que você tem de lidar com isso o tempo inteiro, nem a rede vai resolver por si o problema do poder.
RTS - Uma rede precisa ser ativa o tempo inteiro para se fortalecer?
Martinho - Acho que não. Se a gente considera a rede uma forma de organização, precisamos reinterpretar o próprio conceito de organização. Na língua portuguesa, organização designa duas coisas: um processo e algo já constituído. Em tese, se consideramos a rede como algo constituído, deveríamos manter as conexões sistematicamente ativas. Se a gente entende rede como um processo em constituição permanente, isso não significa que a rede tenha que estar organizada o tempo inteiro. Aí há uma diferença de visão e conceito entre a rede como uma estrutura organizada ou a rede como um processo de organização. Nesse sentido, as dinâmicas de rede partem sempre de uma inatividade momentânea e se constitui na medida em que os inativos se tornam ativos.
A rede, na verdade, funciona mesmo nestes momentos emergentes de colaboração espontânea quando relações latentes são acionadas por motivos muito claros e os atores se juntam para realizar alguma coisa. Muito mais que uma organização já dada, a rede me parece uma dinâmica.
RTS - Qual o papel da internet para a configuração destas novas redes?
Martinho - Como em todos os outros campos, a rede virtual é um instrumento que potencializa todas as ações por acelerar a difusão da informação. A rede aparece hoje para a sociedade muito em função do desenvolvimento da internet. Mas ela é um instrumento e as redes não necessariamente devem funcionar com base na internet. Na verdade, é muito difícil animar processos por meios das tecnologias de comunicação e informação exclusivamente.
RTS - A presencialidade ainda é essencial?
Martinho - Se pensamos a rede que vai combinar esforços e capacidade de pessoas, é óbvio que você terá de promover o encontro dos corpos destas pessoas. A pessoalidade, neste sentido, exige a corporalidade.
RTS - É possível conceber redes que sejam simultaneamente centralizadas e distribuídas?
Martinho - A rede tem que dar conta da dinâmica, ou seja, do dinamismo do fenômeno das relações sociais. Neste sentido é possível sim pensar na coexistência destes formatos num mesmo espaço tempo. Ao mesmo tempo, para que o conceito de rede tenha alguma validade operativa e teórica, ele deve marcar posição. Eu particularmente não acho que uma rede centralizada seja uma rede. Para mim a rede é uma noção que contém dentro dela a idéia de horizontalidade.
RTS - Qual a diferença constitutiva entre redes e parcerias e alianças estratégicas?
Martinho - Se a pergunta tem a ver com formatos organizacionais, diria que as alianças são uma articulação de parceiros com alguma delimitação. Ou seja, são poucos parceiros pré-definidos que se propõem a trabalhar juntos em um certo momento e acabou. As redes se diferenciam por apresentar uma configuração aberta. Ao contrário da aliança, na rede, em tese, muita gente poderia participar, não haveria distinção entre dentro e fora e qualquer um poderia entrar e sair a qualquer tempo. A rede é mais uma ambiência que comporta uma multiplicidade enorme de formas colaborativas distintas, sejam parcerias bileterais, parcerias multilaterais, alianças formais constituídas, vínculos informais, etc. A rede, portanto, seria muito mais do que uma estrutura organizacional, mas um ambiente no qual formas colaborativas distintas se apresentam.
RTS - Como avalia a proliferação de tantas redes organizacionais. Há um redismo?
Martinho - Em primeiro lugar, nem todas as articulações, organizações e processos colaborativos que se autodenominam redes são redes. Atribuo isso a um fenômeno de revisão do desejo de se associar. Se antes tínhamos algumas formas clássicas, como a cooperativa e o sindicato, a rede parece apresentar uma coisa nova. Outra coisa é a descoberta de uma nova forma de trabalhar, que não tem sido exercida em sua radicalidade até porque se trata de uma questão paradigmática complicada. Temos que superar a noção de hierarquia, e este é hoje o principal desafio. Um modelo novo de ação coletivo demanda eliminar os vícios das formas tradicionais, como a concentração de poder.
RTS - Qual caminho determinado integrante de uma rede deve seguir caso ache que sua participação não esteja sendo exercida em sua plenitude?
Martinho - As redes são dependentes da participação, da atividade, da pró-atividade e da autonomia dos sujeitos que a integram. Ora, tudo vai depender da ação do sujeito. Se ele está insatisfeito, ou com a sua participação ou com a organização da rede, ele tem de agir. Em rede não há espaço para choramingo. Pressupõe-se que todo integrante de rede está em rede porque quer. Ele tem exercer o seu poder nesse momento, apresentando-se como capaz de propor e alterar os fenômenos com os quais ele lida. Não há muita saída neste caso. E essa ação ou é de se excluir da rede, ou de repropor o pacto da rede ou de apresentar propostas de mudança do processo. Como redes devem ser pactos produzidos por entes autônomos, eles têm que fazer valer as suas considerações, opiniões e propostas.
Por Vinícius Carvalho – Jornalista do Portal da RT (06/08/2008)

II Encontro Nacional do COEP - 2º dia de evento



















(Fotos de Guilherme Selles e Marcelo Valle)
No segundo dia do Evento COEP 15 Anos, conheci Cassio Martinho, que de forma clara e prática deu exemplos da horizontalidade das redes. John Saxby apresentou antes o caso COEP, uma rede híbrida, segundo seus estudos. As palestras estão disponibilizadas no Portal do COEP Nacional. O dia contou também com a palestra de Larissa Barros, da Rede de Tecnologia Social. Para finalizar a tarde, Leonardo Boff falou sobre "Princípios da Democracia". Os grafiteiros hoje trabalharam os ODM 1 e 8. Amanhã finalizarão a série com os ODM 4, 5 e 6. Fizemos as entrevistas com outros Secretários Executivos e alguns Representantes Técnicos das organizações associadas nacionalmente. Marta Krueger, do Banco do Brasil, e Dedite Souza, do Serpro, falaram sobre a parceria com o COEP e sobre alguns dos projetos desenvolvidos. Amanhã será o grande dia! A Solenidade dos 15 Anos contará com autoridades e dirigentes. E mais um monte de surpresas!

10 de novembro de 2008

II Encontro Nacional do COEP - 15 Anos Mobilizando o Brasil

Hoje foi a abertura do II Encontro Nacional do COEP, uma rede que atua há 15 anos em todo o Brasil. Particularmente, digo que num encontro desses é fundamental para a vitalidade das atividades. É muito bom reencontrar pessoas do Acre, Rondônia, Maranhão, Piauí, Pará, Brasília e tantos outros locais (estamos presentes em 26 estados, Distrito Federal e 29 municípios). A rede é feita de pessoas. Minha atividade neste encontro é entrevistar Secretários Executivos e Representantes Técnicos Nacionais, Estaduais e Municipais. Essas entrevistas são depoimentos ricos, pois mostram como a atuação é intensa, as atividades variadas. Nesses depoimentos, temos a idéia de como as vida de milhares de pessoas é transformada a partir das iniciativas implementadas. Durante todo o dia, aconteceram palestras, com temas como sustentabilidade e a questão de gênero. Foi lançado também o selo e carimbo comemorativo dos 15 anos. Três jovens grafiteiros realizam seus trabalhos com o tema dos 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). De hoje até quinta-feira, teremos muitos acontecimentos interessantes. Amanhã, teremos mais palestras, com a participação especial de Leonardo Boff. E há muito mais novidades por aí. Quarta-feira, dia 12, será o auge, será a Solenidade de 15 Anos.

5 de novembro de 2008

A comunicação contra a exclusão

Em Salvador, programa utiliza novas mídias para estimular a criação de agentes de desenvolvimento local

Carlos Minuano
22 de Setembro de 2008

Projeto quer debater com jovens geração de recursos, política e conceitos como economia solidáriaIgual a tantos outros de sua turma, Paula de Lima, 18, gostaria de mudar a realidade à sua volta, mas faltam condições e recursos. A estudante é uma entre os milhares de moradores do subúrbio ferroviário de Salvador (BA), que fica na parte mais pobre e violenta do estado. A região, no lado ocidental da capital baiana, ao longo da Baía de Todos os Santos, é composta por 19 bairros onde vivem aproximadamente 300 mil habitantes. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a renda per capita no subúrbio soteropolitano é abaixo de dois salários mínimos. A oferta de vagas no ensino fundamental, menor que a demanda; o índice de mortalidade infantil, maior que o de toda a cidade. O alto número de desempregados completa o quadro de exclusão. “Faltam infra-estrutura urbana, serviços de saúde, educação, segurança pública e, o principal, oportunidade de crescimento”, lamenta a jovem Paula, moradora do bairro de Paripi.Oferecer as condições e os recursos para reduzir esse quadro de carências é o objetivo de um programa que utiliza tecnologias de comunicação para estimular a criação de agentes de desenvolvimento local.Iniciativa da ONG Cipó, que há nove anos trabalha com projetos de educação aliados a ferramentas de comunicação em comunidades carentes e escolas públicas de Salvador, o Agentes de Comunicação para o Desenvolvimento foi idealizado há quase dois anos. Mas só foi colocado em prática em agosto deste ano, com patrocínio do Citibank e apoio da Casa Brasil, que entra com estruturas compostas por telecentros e laboratórios multimidia.Visão social A intenção, entretanto, não é formar técnicos. “Queremos que os jovens localizem os problemas mais urgentes em suas comunidades e articulem ações para resolvê-los, usando a comunicação, por meio de um blog, uma webradio, um jornal comunitário”, explica a coordenadora do programa, Juliana Lima. Foram selecionados 30 jovens de baixa-renda, entre 18 e 21 anos, do subúrbio ferroviário de Salvador, com interesse em trabalhos com a comunidade. A jovem Paula foi uma das escolhidas. Durante os dois anos que dura o projeto, vai receber um auxílio para transporte de R$ 120,00.Os futuros agentes vão receber uma capacitação específica, para trabalhar com ferramentas de comunicação como fotografia, rádio, entre outras. No segundo ano do programa, terão de desenvolver ações nas comunidades, de forma simples e econômica. Será oferecida uma bolsa para apoiar as implementações das propostas, no valor de R$ 1.900,00. Paula já tem planos. “Quero mostrar à comunidade o seu valor, muitas vezes ignorado pela sociedade e até pelos próprios cidadãos”, conclui.

Gestores comunitários ligados em rede

Banco virtual da organização Comunidades Catalisadoras difunde iniciativas de transformação social
por Juliana Rocha Barroso
22 de Setembro de 2008

Banco virtual da organização Comunidades Catalisadoras difunde iniciativas de transformação social Juliana Rocha Barroso Substância que afeta a velocidade de uma reação, mas emerge do processo inalterada. Essa é a definição da palavra catalisador encontrada na Wikipedia e usada pela inglesa Theresa Williamson para explicar o nome da ComCat, organização não-governamental sem fins lucrativos que fundou em 2000, e da qual é diretora executiva. Comunidades Catalisadoras, define Theresa, são aquelas que, por meio de uma experiência bem-sucedida de ação social ou ambiental, servem como modelo para despertar e agilizar mudanças sociais.A ComCat gerencia um espaço virtual para troca de experiências, documentação e soluções locais. Gestores comunitários dispõem do Banco de Soluções Comunitárias (BSC), onde são publicados os projetos. Hoje, a ComCat abriga175 projetos de 18 países. Desses, 80% são brasileiros — a maioria do Rio de Janeiro, onde estão1.250 gestores de mais de 200 comunidades. O site, que tem entre 20 e 25 mil acessos mensais, é mantido por financiadores dos Estados Unidos.A ComCat conta com voluntários para divulgação e tradução, uma equipe fixa para o site, além de mais de cem colaboradores. Os projetos são avaliados pela equipe, depois traduzidos para o inglês e para o espanhol. Até fevereiro deste ano, existia a Casa do Gestor Catalisador, aberta em 2003. “Decidimos fechar a casa e concentrar nossos recursos na versão 2.0 do site”, conta a filósofa carioca Roseli Franco, diretora de Redes da ComCat. Na nova versão não haverá mais moderação, os gestores vão postar seus projetos diretamente. “Para isso, estamos pesquisando ferramentas de última geração que possam ser utilizadas em um antigo PC de uma aldeia distante”, diz Roseli.Em LinuxO novo Banco, que vai operar em código aberto, está sendo desenvolvido pelo programador Michael Maranda, ativista de movimentos comunitários em Chicago (EUA) e conhecido pelo uso de tecnologia de última geração em favor do desenvolvimento. “Além de estarmos comprometidos em contribuir com a comunidade de fonte aberta, migramos para Linux porque precisamos de escala e planejamos expandir a oferta de idiomas”, revela Maranda.Segundo ele, a intenção é que as pessoas contribuam: “Abrimos mão da hierarquia do processo didático para que todos se tornem alunos e professores em uma sociedade do aprendizado”. A paulista Cristina Oishi Gridi-Papp, voluntária da ComCat desde 2004, mora nos Estados Unidos e traduz projetos. “Vejo pessoas passando por situações difíceis, lidando com problemas distantes da minha realidade. Sinto que minha pequena contribuição virtual pode ajudar”, conta.Neuza Nascimento, diretora executiva e educadora social do Centro Integrado de Apoio a Crianças e Adolescentes de Comunidades (Ciacac), no Rio de Janeiro, coordena o projeto Um Olhar Sobre Outras Coisas, que integra a rede da ComCat. Ela lembra que, quando abriu uma conta em banco para o Centro, a prova de que esse trabalho existia foi um folder da ComCat com o número do meu projeto anotado atrás. “A ComCat legitima nosso trabalho, passa credibilidade”, avalia.
www.comcat.org
www.catcomm.org (inglês)
www.comcatz.org (espanhol)

Idéias para TetraPack



Simpáticas carteirinhas feitas de embalagem TetraPack. Estava andando no Shopping da Gávea e visitei uma das minhas lojinhas preferidas, a enfim enfant. Há muita coisa interessante no meio dos brinquedos para crianças (adultos também!). Entre esses achados, as peças acima. R$12,00 cada. Além dos bolsões que andam pela cidade, outra alternativa de uso para as embalagens.