30 de abril de 2009

Atenção TMS


Prezados leitores: estamos com um probleminha no nosso html modelo do blog. Esperamos resolver a questão até amanhã. O TMS agradece a compreensão de todos.

Centro de Recondicionamento de Computadores: tecnologia para todos



O projeto Computadores para Inclusão recondiciona equipamentos de informática usados e os distribui para iniciativas de inclusão digital de todo o Brasil. Clique aqui e tenha mais informações sobre o CRC. Através do projeto é possível doar e solicitar equipamentos, capacitar profissionais em tecnologia e implementar ações de diminuição do lixo eletrônico.

26 de abril de 2009

Acessibilidade é inclusão social

Conheci por meio do twitter a arquiteta Thais Frota. Todo o trabalha de Thais é focado na acessibilidade. Há alguns dias acompanho os post, e percebo a preocupação dela em além de possibilitar fácil acesso o de promover inclusão social, como o questionamento dela às construtoras sobre a falta de apartamentos decorados com acessibilidade já que deficiente físico também é consumidor. Este é um problema cultural, muito mais que de acessibilidade.



“No Brasil a pessoa com deficiência ainda é vista como um "problema". São pessoas esquecidas pela sociedade.

É muito difícil alguém que não tem deficiência se preocupar com essas questões, geralmente, a falta de acessibilidade é percebida quando a pessoa quebra uma perna, quando precisa passar com um carrinho de bebê etc.

Na cidade de São Paulo existe a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, que fiscaliza, incentiva e colabora com a Acessibilidade em todos os locais. Só com um órgão público existe "conscientização", mesmo que seja forçada!”por Thais.



Thais me explica que acessibilidade é “a adequação de espaços urbanos e edificações, que possibilite o acesso e uso com segurança para TODAS as pessoas. Se o lugar não é acessível para TODAS as pessoas, o lugar é deficiente.” Entendo o que a Thaís quer dizer com isso; como sou baixinha e canhota, muitas vezes tenho dificuldade de acessibilidade sem necessariamente ser deficiente física, assim como as mulheres grávidas que também têm mobilidade reduzida, ou pessoas idosas.



Todos nós devemos contribuir com a acessibilidade denunciando para as prefeituras ou ministério público situações como restaurantes sem cardápio em Braille, ou dificuldade de deficientes físicos acessarem um elevador. “Assim estaremos cumprindo nosso papel como cidadão! Só vamos fazer um mundo melhor e mais acessível se todos nós participarmos”, alerta Thaís.



1. O que prevê um projeto de acessibilidade?


O projeto de Acessibilidade deve levar em consideração a facilidade de locomoção e a simplicidade do desenho da planta.

Desde o acesso tudo tem que ser bem planejado. Todos os pavimentos devem ser acessíveis, incluindo sanitários adaptados e vagas reservadas para pessoas com deficiência, balcão de atendimento mais baixo, sinalização em Braille e corrimãos, portas leves de serem abertas, informações fáceis e precisas, etc.



2. Como a arquitetura colabora com estas questões? E há uma lei (desculpa não sei o número) que regulamenta as novas construções, como está o cumprimento desta norma?

A arquitetura acessível é fundamental para garantir o direito de ir e vir de um cidadão. Ficar em casa por opção é muito diferente de ficar em casa por falta de Acessibilidade no meio urbano. Jamais a idéia será confinar as pessoas em casa para que se façam tudo pela internet!

Existem Leis Federais que dizem que todos os locais devem ser acessíveis, para isso deve-se usar a Norma NBR 9050/2004. Esta é a Norma de Acessibilidade.



3. Você esteve no Rio recentemente para fazer vistoria num prédio que ainda não foi inaugurado, me parece procedimento correto da construtora, mas e os que já estão aí, como fazer a adaptação?

Como os escritórios de arquitetura ainda não têm um departamento de Acessibilidade, as obras são finalizadas e entregues sem a preocupação com a pessoa com deficiência.

No caso desta obra que eu fui analisar, ainda não existia corrimão e eles estavam quase instalando corrimãos com medidas inadequadas! Cheguei a tempo de consertar isso. Coisas muito simples que passam despercebidas por qualquer pessoa, podem fazer a diferença quando se trata de pessoas com deficiência.

As adaptações sempre são bem vindas, apesar de causar transtornos, são necessárias. E não se pode esquecer de usar como parâmetro a Norma NBR 9050/2004!



4. Qual deve ser o procedimento de quem vai construir ou reformar para respeitar a acessibilidade?

Acessibilidade deve ser levada em consideração desde o começo do projeto. Se a Norma de Acessibilidade for utilizada com certeza a edificação será acessível. Existem muitas pessoas "curiosas" nesta área, devemos tomar muito cuidado para isso: o profissional credenciado para garantir a questão da Acessibilidade é o Arquiteto!



Para quem quiser ter mais informações sobre acessibilidade acompanhe pelo twitter de Thais: @acessibilidade e pelo Blog Arquitetura Acessícel.

24 de abril de 2009

Documentário Terra

Recebi da Veja Rio a programação para o documentário Terra, indicado por Amelia Gonzalez, da Razão Social. Clique na imagem e programe-se!

Em Buenos Aires...medidas sustentáveis

Meu querido amigo blogger Sergio Casoetto, do blog Vida Portenha, publicou post informando sobre as medidas adotadas pelo governo da cidade de Buenos Aires para a sustentabilidade do planeta. Recomendo a leitura do post Desenvolvimento Sustentável.

22 de abril de 2009

Amelia Gonzalez, editora da Razão Social, recomenda documentário Terra



Amelia Gonzalez, editora da Razão Social, recomenda o documentário Terra, que entra em cartaz hoje, 22 de abril. Segundo Amelia, o filme "é uma lição de dignidade que a nossa espécie se esqueceu de aprender com os animais. A Terra será prejudicada, sim. Mas virá mais um ciclo e ela vai conseguir se recuperar. Antes disso, porém, nossos gastos e consumos excessivos, que tanto conforto trazem à espécie humana, vão conseguir segurar a onda dos mais ricos quando os fenômenos começarem a nos atingir de perto." Leia mais no blog da Razão Social.

21 de abril de 2009

Um livro vale mais do que um trocado? Leia e surpreenda-se

(Foto: Revista Nova Escola)

Li no blog Gavinhas da Alma, que faz parte da Confraria dos 50 do Lector in Fabula, um texto de Rodrigo Ratier sobre a proposta incomum de oferecer livros ao invés de dinheiro para as pessoas que nos abordam nos sinais de trânsito nas grandes cidades. A leitura e o livro alcançam a todos. Lemos a todo tempo e de tudo...sinais, rostos de pessoas, silêncios, outdoors, livros, provas, olhos, jornais, nuvens. Saiba qual foi o resultado dessa investida lendo o texto Vale mais que um trocado, publicado pela revista Nova Escola. Você vai se surpreender, positivamente!

20 de abril de 2009

A Agenda 21 manda lembranças

Foto de Krajcberg


A Agenda 21 é comumente definida como um instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, conciliando métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. (Fonte da Informação: Ministério do Meio Ambiente do Brasil).

Me pergunto o quanto avançamos desde a criação da Agenda 21, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), conhecida como Rio 92 ou ECO 92. Conseguimos traçar estratégias de mobilização para conscienticação da sociedade? Conseguimos estabelecer políticas públicas? Conseguimos proteger o ambiente, fazer a justiça social e alcançar uma eficiência econômica? 17 anos se passaram, avançamos? Trouxe as questões a propósito do Dia da Terra, depois de amanhã, para não esquecer que o Dia da Terra é todo dia. O Dia da Terra deve ser lembrado não só quando assistimos documentários sobre a sua destruição ou quando vemos belas fotos trágicas de Krajcberg. O Dia da Terra deve ser lembrado quando temos também notícias de iniciativa bem-sucedidas de indivíduos que solitariamente iniciam a sua mobilização para garantir uma sociedade sustentável. Realizamos muito? Realizamos pouco? Em alguns momentos, acho que estamos preguiçosos para o tanto de tempo que já passou. Eu mesma...o que fiz? Plantei árvores, cultivei alimentos. Parei por aí. Mas preciso avançar. E não apenas eu, mas você, o Fulano, o Beltrano. Afinal o que será de nós sem o planeta Terra?

22 de Abril - Dia Mundial da Terra


No dia 22 de abril é festejado o Dia da Terra, criado em 1970 quando o senador norte-americano Gaylord Nelson convocou o primeiro protesto nacional contra a poluição. O planeta Terra tem em torno de 4,5 bilhões de anos, é o terceiro planeta do Sistema Solar, tendo a Lua como seu único satélite natural, tem 510,3 milhões de km2 de área total, sendo que aproximadamente 97% é composto por água (1,59 bilhões de km3). A quantidade de água salgada é 30 vezes a de água doce, e 50% da água doce do planeta está situada no subsolo. A atmosfera terrestre vai até cerca de 1.000 km de altura, sendo composta basicamente de nitrogênio, oxigênio, argônio e outros gases.Há 400 milhões de anos a Pangéia reunia todas as terras num único continente. Com o movimento lento das placas tectônicas (blocos em que a crosta terrestre está dividida), 225 milhões de anos atrás a Pangéia partiu-se no sentido leste-oeste, formando a Laurásia ao norte e Godwana ao sul e somente há 60 milhões de anos a Terra assumiu a conformação e posição atual dos continentes. O relevo da Terra é influenciado pela ação de vários agentes (vulcanismo), abalos sísmicos, ventos, chuvas, marés, ação do homem) que são responsáveis pela sua formação, desgaste e modelagem. O ponto mais alto da Terra é o Everest no Nepal/ China com aproximadamente 8.848 metros acima do nível do mar.



Fonte: Trechos do artigo de Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente.

18 de abril de 2009

Biblioteca e cineclube: se sua cidade não tem, a hora é essa

O Ministério da Cultura avisa: termina na segunda-feira, dia 20, o prazo para envio de propostas para o programa "Cine Mais Cultura", que objetiva democratizar a difusão do audiovisual em áreas rurais e urbanas. Cem projetos serão contemplados com equipamentos de projeção digital, incluindo uma câmera MiniDV, obras do acervo da Programadora Brasil e oficinas de exibição.

O edital atenderá, preferencialmente, as periferias de grandes centros urbanos e municípios integrantes dos Territórios da Cidadania (localidades com baixo Índice de Desenvolvimento Humano).

Já se o seu interesse é que a sua cidade passe a ter uma biblioteca, então o que você deve fazer é recorrer ao programa "Mais Cultura", que pretende zerar a quantidade de municípios sem biblioteca até junho deste ano. Basta enviar um e-mail para biblioteca@cultura.gov.br, informando o nome da sua cidade.

17 de abril de 2009

Comportamento em redes sociais é parecido com o da vida real

Longe de mim questionar os pesquisadores na Universidade de Harvard mas sempre soube que as pessoas tendem a mostrar no ambiente virtual sinais diferentes do perfil real.

A pesquisa de Harvard indica que o perfil dos internautas nas redes sociais é bastante parecido com o de suas vidas fora do ambiente virtual.

Você se sente diferente no ambiente virtual?

Leia a íntegra da matéria em:

15 de abril de 2009

Bicicletas nas Cidades - Cities for Mobility


Acontece de 22 a 24 de abril, em Florianópolis, SC, a Semana Internacional da Bicicleta. A programação do evento é riquíssima e promoverá um grande diálogo internacional sobre a implementação desta alternativa de transporte. Patricia Canarim já publicou post sobre o assunto. Particularmente, acho muito civilizado poder utilizar a ciclovia para ir de casa ao trabalho, o que realmente fazia há tempos atrás. Mas confesso, precisamos melhorar as condições das vias e educar o povo. Clique na imagem acima e leia sobre este conceito no site do Instituto Sabin. Confirma a programação da Semana Internacional da Bicicleta. TMS deseja a todos Boas Pedaladas para o futuro!

13 de abril de 2009

Faça parte desta Coolmeia



Quer fazer parte de uma mobilização social ? Participe da Coolmeia.

A Coolmeia é um repositório de idéias simples que podem ser implementadas localmente bastando para isso a reunião de algumas pessoas interessadas em melhorar a comunidade em que vivem.Se você acredita que tem dentro de si um pouco do espírito empreendedor social necessário, navegue pelas páginas da Coolemia e saiba como participar. Se você tem uma boa ideia para compartilhar, faz parte de uma Organização Não-Governamental (ONG), uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), de uma Empresa Privada, Instituição Filantrópica ou é simplesmente um Indivíduo que faz coisas para melhorar a vida e o mundo as pessoas ao seu redor, compartilhe com eles a sua experiência.

Mobilização das indústrias para alfabetização de adultos

O Brasil que precisa ler e escrever...



Para crescer na profissão, qualquer pessoa precisa aprimorar o conhecimento. Para quem tem pouca instrução, as dificuldades são enormes. Imagine, então, para quem não sabe ler e escrever? Por isso, a Federação das Indústrias lançou um programa de alfabetização para trabalhadores.As inscrições já estão abertas para as empresas. A Firjan mandou uma carta para 9,5 mil indústrias em todo estado, convocando para que participem desse programa. O próximo passo vai ser a inscrição dos alunos para que as aulas possam começar no mês de maio. Segundo o Ministério do Trabalho, no estado do Rio, são 3.396 trabalhadores que não sabem ler nem escrever. Leia Mais


Fonte: Brasil que lê - Agência de Notícias

12 de abril de 2009

Difícil é aprender a ler. O resto está escrito.

Quem vai contar uma história muito interessante hoje é Filipe Mamede, de Natal(RN). Esse texto foi originalmente publicado no site Overmundo, onde o li pela primeira vez. Segue o texto do Filipe:

Cíntia Junqueira





A esquina do continente abriga uma praia que, há pouco tempo, não passava de uma acanhada vila de pescadores. Em duas décadas, essa paisagem bucólica mudou completamente e hoje o lugar se tornou um dos principais destinos turísticos do Brasil. Descoberta como um paraíso do surf em meados dos anos oitenta, a Praia da Pipa, lugarejo que fica a 85 km de Natal, passou a ser a morada de gente de todas as nacionalidades, como também o refúgio da gaúcha Cíntia Junqueira, 44, que precisou dar praticamente à volta ao mundo para descobrir o seu próprio paraíso.

Primeiras letras
Ler não era exatamente um prazer para a menina Cíntia. Principalmente quando era obrigada a decifrar Vitor Hugo ou Sartre e depois ser sabatinada pelo pai, com pouco mais de dez anos de idade. Nascida em Osório, no litoral gaúcho, filha de novos pobres, como ela mesma define sua família, Cíntia, querendo ou não, cresceu em meio à biblioteca do pai - um homem culto -, lendo, lendo e lendo. “Meu pai pegava os gibis, as revistinhas do Walt Disney e rasgava. Eu queria ler Mickey Mouse e, ao invés disso, eu tinha que ler Euclides da Cunha, já imaginou? Eu tinha 12 anos!”. A severa rotina literária durou até o dia em que resolveu ganhar o mundo.

Com a mochila nas costas, ela saiu de Porto Alegre ainda com 16 anos de idade. Passou por Garopaba, Rio de Janeiro, Ouro Preto, mas decidiu ir mais além. Aos 17, ela transformou a América do Sul em sua moradia. Trabalhando com aquilo que aparecesse, ela viveu na Argentina, no Chile, na Venezuela, no Equador – onde teve sua filha -, no Peru e na Colômbia, lugar onde começou a se envolver com drogas. “Depois disso eu fui pra Suíça, Espanha, Holanda, Alemanha, Itália... mas eu tava muito mal lá. Eu era traficante né, cara?”. “Sem nada na cabeça”, resumo que Cíntia faz de si mesma, ficou por um bom tempo fazendo a ponte-aérea entre Bolívia, onde comprava droga, e Itália, onde vendia. “Era barra pesada”, sintetiza.

Doze anos longe do Brasil. Cíntia viveu as dores e as delícias do mundo das drogas. No seu auto-exílio, “além de ganhar muito dinheiro”, como relembra, ganhou também o vício, fator que a deixou num lugar praticamente sem volta: o fundo do poço. Em 1994, ela se encontrava num bar, no País Basco, assistindo à final da Copa do Mundo, mas nem sequer percebeu quando Baggio perdeu o pênalti. Sob o efeito de drogas, não conseguia prestar atenção. “Eu estava babando em frente à televisão, aí chegou um cara pra mim – um espanhol – e perguntou de onde eu era e eu disse: sou brasileira”. Foi nesse encontro fortuito onde a vida de Cíntia tomou, mais uma vez, um rumo inesperado. Depois de saber que ela era brasileira, o espanhol esticou a conversa: “Você é uma idiota. Veio do país mais lindo do mundo, com praias maravilhosas e você aqui se matando. Tua seleção acabou de ganhar o Mundial e você nem piscou. Porque que você não vai embora? - insistiu ele – Você vai salvar a sua vida se você for embora daqui”.

Praia da Pipa (RN)

O espanhol ainda deu o endereço completo. “Vá morar em Pipa, tem um amigo meu que mora lá, fica no Rio Grande do Norte”. Seguiu à risca os conselhos do desconhecido, mas sem esquecer de passar antes em Amsterdã, e só então embarcar para o Brasil portando uma boa quantidade de droga. “Cheguei em Pipa e virei a rainha do ácido. Dava ácido pra todo mundo, vendia... isso durou de agosto até novembro”. Para quem chegou do nada, sua saída foi ainda mais compulsória. Ela se viu flagrada com 500 drágeas restantes de um preparado denominado Lysergsäurediathylamid pelo químico Albert Hoffmann, no distante ano de 1938. Em outras palavras, os comprimidos eram de LSD.

Memórias do Cárcere

Outra mudança à vista. Presa na Penitenciária João Chaves, em Natal, o sofrimento foi uma constante durante os primeiros meses de prisão. Principal motivo? Abstinência de heroína, uma droga derivada do ópio, considerada uma das mais viciantes. Mesmo padecendo dos excessos cometidos, ela acabou percebendo outras realidades. “Eu era a única que sabia ler lá dentro. Então, as outras meninas sempre vinham pedir: Cíntia, escreve um bilhete pro meu namorado”. Com o tempo, ela se tornou uma espécie de Assistente Social das outras presas. “O diretor me chamou, me pediu pra que eu começasse a organizar os papéis das meninas... distribuir camisinha, fazer uma porção de coisa”.

Ajudando as outras pessoas na prisão, sem perceber, estava se ajudando também. “Eu já não tinha mais problema com droga. Eu praticava exercício, corria no campo. Comecei a mudar bastante. Tinha parado a heroína, a cocaína, todas as minhas dependências”. Em liberdade, depois de quase trinta meses de cárcere em Natal, Cíntia fez uma viagem libertadora - no sentido lato da palavra - para Pipa, onde, perto da praia e longe das drogas, redescobriu sua paixão pela literatura e promoveu a maior de todas as guinadas. “Eu queria mostrar que eu mudei. Eu tinha vivido tanta coisa na cadeia, eu precisava mostrar pras pessoas que agora era diferente. Trabalhei de garçonete, fiz faxina, eu fiz tudo que eu podia fazer, pra mostrar que eu tinha mudado”.

Enquanto atendia aos fregueses do bar onde era garçonete, numa tarde ensolarada qualquer da Praia da Pipa, Cíntia chegou a uma conclusão. Tinha capacidade para mais. Muito mais. “Eu perguntei pra mim mesma: o que é que eu vou fazer da minha vida?”. Já que estava começando do zero – ela ponderou – ia procurar fazer alguma coisa que realmente gostasse. “O que é que eu aprendi desde pequena”? Essa foi a segunda indagação que se fez. A resposta veio no ato: “Eu sei ler”. Depois da descoberta, alguns amigos aconselharam Cíntia a abrir um sebo.
Book Shop – Uma biblioteca comunitária: Em meados de 1998, ela fez o seguinte: “Com o primeiro salário que eu recebi do bar, eu aluguei uma casa, peguei os dez livros que eu trouxe da prisão e coloquei numa prateleirazinha em frente à garagem”. Em meio à exuberância da Praia da Pipa, nascia ali o Book Shop. Um espaço dedicado à cultura e, sobretudo, à literatura. “As pessoas foram passando na frente do lugar e começaram a me perguntar: Cíntia, você gosta de livros? Você quer livros?”. Abrindo as portas com apenas dez volumes, com o passar do tempo, o Book Shop foi crescendo através de doações, formando um acervo que hoje conta com mais de 2.000 livros. Assim, criou-se em Pipa um verdadeiro ponto de convergência. Um lugar onde se pode alugar livros, jogar xadrez e onde as pessoas da comunidade se encontram para discutir sobre os compassos flutuantes da Praia da Pipa, mas, sem esquecer da literatura.

Em 2004, porém, depois de alguns anos de pleno funcionamento, esse espaço fechou. Com o contrato de locação vencido e sem dinheiro para renovação, o jeito foi encaixotar os livros e dar adeus ao Book Shop. Felizmente, isso durou um mês apenas. “Cadê o Book Shop, Cíntia?”, queria saber José Morais, dono de uma pousada na cidade. Cíntia explicou a situação “quixotesca”, como ela adjetiva, e o amigo tratou de dar o jeito em tudo. “Eu tenho um lugar e você vai pra lá. Não se preocupe com nada. Nem água, nem luz. O Book Shop vai ser lá”, José Morais sentencia.

Gentilezas à parte, o Book Shop tem a capacidade de concentrar o mundo todo em poucos metros quadrados. Numa das paredes estão expostos quadros com imagens dos autores prediletos de Cíntia: Oscar Wilde, Thomas Mann, José Saramago, Albert Camus, Dante Alighieri, Jorge Luis Borges, Garcia Márquez, Franz Kafka, Julio Cortázar, Fiódor Dostoiévski, Reinaldo Arenas e Guimarães Rosa. Além da decoração alternativa e muito charmosa, o lugar aglutina livros de toda natureza e em vários idiomas, fruto do escambo com os estrangeiros. Obras raras e antigas como Guerra e Paz, de Tolstoi, original em russo e uma coleção do francês Visconde de Chateaubriand, publicada em 1806, podem ser encontradas por lá. Mas, além das milhares de histórias que povoam as dezenas de prateleiras, o Book Shop tem ainda espaço para algumas excentricidades da dona.

O bicho de estimação de Cíntia é uma gatinha cujo nome é Mafalda, uma homenagem à personagem criada pelo cartunista argentino Quino, nos anos 60. “Ela apareceu aqui e foi ficando, foi ficando... acho que ela queria aprender a ler”, satiriza. Aos livros que julga transparecer uma literatura menor, só resta um destino: a forca. O castigo medieval não deixa de fora nomes como Sidney Sheldon, John Grishan, Dan Brown e nem o imortal Paulo Coelho. Por causa dessa prática, o teto do Book Shop é repleto de alfarrábios pendurados pelo “pescoço”, fato que causa estranhamento e curiosidade por parte dos visitantes. “E esses livros pendurados aqui no teto?”. Essa é uma pergunta que sempre se repete, mas que Cíntia nunca se cansa de responder. “Ah, porcaria eu enforco”, ela resume de maneira taxativa.

Completando uma década de existência e freqüentado por pessoas do mundo todo, o Book Shop fica no coração da Praia da Pipa, numa viela arborizada cujo nome é Beija-Flor. Mais literário - impossível. E o método adotado pela proprietária é o seguinte: “Basicamente, eu alugo um livro por cinco reais, a semana. Mas se você tem um livro, e você vai ficar na Pipa um tempo e quer ler, você me doa um livro e aí pode ler aqui gratuitamente”.

Uma personagem para escritor nenhum botar defeito, cheia de tramas, reviravoltas, múltiplos enredos, digna de ser o mote de um romance de realismo fantástico, Cíntia segue sua rotina, bem como seu pai queria: lendo, lendo e lendo. Abre o Book Shop às quatro da tarde e o deixa aberto até o “ultimo freguês”. Mas, acima de tudo, abraça o dia-dia com um sorriso franco oferecido aos visitantes. Sempre disposta a escrever uma nova página, um novo capítulo no livro da sua vida.

Leitura na Praça
Estimular e divulgar a leitura entre as crianças e jovens da Praia da Pipa e dos outros onze distritos vizinhos. Esse é o objetivo, a razão de ser do projeto Leitura na Praça, uma iniciativa que não nasceu por acaso. Consciente da falta de acesso à leitura por parte da maioria dos moradores da região, Cíntia tentou implantar, ainda em 2003, uma biblioteca itinerante que pudesse levar o interesse pela literatura para outras comunidades. Buscando patrocínio para o projeto, ela “bateu à porta” de algumas instituições, mas não obteve sucesso. O Leitura na Praça ficaria para o futuro.

Após uma momentânea desilusão, a boa vontade voltou à tona e Cíntia decidiu agir de qualquer forma. Mais uma vez, ela se reinventaria. Fez mais uma pergunta a si mesma: “Eu tô fazendo o que aqui? Tô emprestando livro pra gringo que vem passar férias, que é bem alimentado e que tem uma biblioteca em casa? Eu preciso fazer alguma coisa pelo nosso povo, pelas pessoas da nossa região que são tão carentes”, concluiu. Depois desse “ser ou não ser”, ela reuniu alguns amigos e, desde então, o Leitura na Praça vem ensinando, durante os fins de semana, o ABC da literatura para a garotada das comunidades por onde passa. “Não precisamos nem de político, nem de bala, nem de chiclete, essas crianças precisam de livros. Nós damos livros a elas”.

Contando somente com o apoio de alguns comerciantes locais que arcam com o custo de lanches para as crianças e outros pequenos gastos, o projeto conta também com apresentações teatrais e outras atividades lúdicas, como desenho e pintura. Nas comunidades por onde o Leitura na Praça se instala, o grupo sente o total acolhimento dos moradores. Cíntia conta, sorridente, que os pais das crianças participam também: “Eles sempre ficam por perto, alguns se sentam e tentam ler os livros com os filhos. A gente percebe que eles querem que seus filhos aprendam a ler e escrever para que tenham um futuro melhor que o deles. Talvez devido à ignorância, eles pouco conversam conosco. Mas com o tempo e a persistência, eles se acostumaram e nos chamam de ‘As mulheres dos livros’, é emocionante”, ela ressalta.

Os tapetes espalhados pelas praças se transformam em verdadeiras ilhas literárias. Os livros ficam em estantes feitas de tijolos e tábuas. Em cada tapete, um ou dois monitores coordenam as atividades. È nessa hora que as crianças e os jovens mais interessados em leitura podem pegar um livro emprestado. Ao devolver um livro já lido, a criança faz também o resumo da história para os colegas. Para Cíntia, o Leitura na Praça tem salvado várias vidas. “Esse projeto é fundamental para o futuro das crianças. A educação, a literatura, pode transformar a vida das pessoas. Aconteceu comigo, pode acontecer com essas crianças também”.


Fotos e texto de Filipe Mamede

Ciência e Tecnologia para todos


Li no site Informação de Primeira, da nossa associada Vilma Goulart:


Baixada ganhará o maior museu interativo do país

O anúncio foi feito pelo secretário de Estado de Ciência & Tecnologia, Alexandre Cardoso, no dia 30 de março, durante solenidade de início das obras do Museu Ciência e Vida. Composto por três exposições permanentes, um planetário com tecnologia 3D, auditório destinado a exibições de cinema ou teatro, além de exposições temporárias, o museu terá quatro andares. Segundo Cardoso, o projeto já conta com as verbas empenhadas para a execução de suas obras e deve ser inaugurado no dia 25 de dezembro deste ano. O projeto é o resultado de uma parceria da Secretaria de C&T, FAPERJ, Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (Cecierj) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A solenidade de início das obras foi realizada no auditório do prédio do antigo Fórum de Caxias, local onde será construído o novo museu. Leia Mais


Fonte: FAPERJ

5 de abril de 2009

Las Hermanas: carinho e afeto

Conversei essa semana com uma colega que conheci num curso da FGV on line. A Degmar Augusta da Silva ou Deg criou o projeto social Las Hermanas em Goiânia que tem o objetivo de levar mais que alimentação ou roupas e sim alegria, carinho e afeto a crianças e idosos.

O projeto Las Hermanas é resultado de um sonho de criança de Deg, “eu sempre tive vontade de ter uma creche, sonhava com isso – mas o tempo passou, cresci e não conseguia concretizar meu sonho.” Como a vida segue para todo mundo e às vezes toma rumos inesperados, Deg se viu advogada e longe de seu objetivo de criança. Resolveu então organizar uma campanha motivacional no local de trabalho com uma gincana de alimento que arrecadou o surpreendente número de 5 (cinco) toneladas de alimentos!

Mas apesar dessa quantidade exemplar, Deg observou que a colaboração era mais uma forma de cumprir um dever social que um gesto de solidariedade. “Na distribuição, percebi que as pessoas – as que colaboraram com a arrecadação – não se sentiam a vontade ou não queriam um contato físico maior com as pessoas: eram leprosos em tratamento, ou seja, sem risco de contaminação; crianças deficientes e idosos sem família. Tal situação me fez refletir e cheguei a conclusão que muitos doam por desencargo, mas são incapazes de doar de si próprios: amor, carinho, atenção.”

O projeto nasceu entre amigos e faz campanha utilizando as mídias tradicionais e também as redes sociais como o orkut onde possui 8 comunidade. Há também o trabalho de conscientização sobre a importância da doação de medula óssea, alerta dado por Deg a mim “Patrícia, para você ter uma noção, aqui em Goiânia temos mais de um milhão de habitantes e apenas 24 mil doadores cadastrados. É um absurdo!"

TMS: Que tipos de campanhas vocês fazem?
Deg:
Temos a campanha permanente de medula óssea, campanhas de arrecadação de alimentos e as festinhas mensais. Procuramos em nossas festinhas fazer e levar o que temos de melhor, alem do contato físico, levamos animação, brincadeiras e presentes. Existem pessoas que doam roupas que, sinceramente, não há possibilidade de uso, enfim, ainda, existe uma consciência ou falta dela, de somente doar o “imprestável” e o projeto busca exatamente o contrario, queremos que as pessoas partilhem, que sejam capazes de separar uma peça de roupa em bom estado de conservação, que sejam capazes de doar algo que gostem, já que esse algo vai fazer a alegria de outrem.

TMS: Você pode falar um pouco sobre a realidade social de Goiânia. E como está a mobilização por aí.
Deg:
Quem chega a Goiânia tem uma visão maravilhosa. Cidade limpa, arborizada, com bastantes parques ecológicos. A região de periferia, comparada a inúmeras cidades que conheço é estruturada, já que existe bastante asfalto, água tratada e esgoto. Existe uma grande mobilização social aqui em Goiânia, mas a desigualdade é grande, creio que em todo país...entretanto existem muitos grupos de trabalho social.

TMS: E no orkut, como é essa mobilização, você tem retorno?
Deg:
Tem muito retorno. Para você ter noção, colocamos a data da festinha e o que vamos precisar e em pouco tempo os colaboradores vão aparecendo. É assim que funciona: lançamos o tópico na nossa comunidade e as pessoas vão listando suas colaborações. Procuramos nos expor ao máximo de forma que as pessoas vejam que qualquer um pode fazer parte de um projeto social, pode se engajar.
Não precisa ser “carola” para fazer parte de um trabalho social, então trabalhamos nossa exposição de forma que as pessoas tenham vontade de ser como nós, vontade de iniciar algo, de soltar a consciência social que existe em cada um de nós.

Tá dado o recado!

Para saber mais:
PERFIL1
http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=12592982197319165276

PERFIL2
http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=1077517792256557752


PERFIL3
http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=7089424506770486497

PERFIL4
http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=680041799279575166

PERFIL5
http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=9933306439420551164

PERFIL7
http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=12143665253542203412

PERFIL 8
http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?rl=ls&uid=9800637182635198983

1 de abril de 2009

Claro funda instituto para ações em Responsabilidade Social

Foi fundado nesta segunda-feira, 30 de março, no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, o Instituto Claro, que tem como uma das principais missões a construção colaborativa de conhecimento. A operadora pretende divulgar e apoiar novas tecnologias e formas de aprender.
Mais informações no MeioeMensagem

Mobilização Portuguesa para Vítimas da Crise: algo tipo Bolsa-Família Européia ?

Ação social lusa para vítimas da crise começa com R$ 3mi
Um grupo de instituições portuguesas apresentou nesta terça-feira a campanha de solidariedade "País Solidário", que começa com um milhão de euros (R$ 3,079 milhões no câmbio atual) e ocorre até o final do ano para ajudar as famílias mais atingidas pela crise e pelo desemprego.Rui Vilar, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, a quem coube a apresentação da iniciativa, classificou-a como "um ato de solidariedade da sociedade civil, que visa dar resposta a algumas situações de pobreza que se têm intensificado em Portugal".Numa fase inicial, o "País Solidário" vai incidir em quatro áreas "mais afetadas pela crise e pelo desemprego", segundo o presidente: as regiões do Grande Porto, Vale do Ave, Península de Setúbal e municípios do Tâmega.O objetivo, contudo, é ampliar a ação a todas as áreas carentes do país."Estas quatro áreas iniciais foram escolhidas porque apresentam altos indicadores de precariedade familiar", de acordo com Rui Vilar, "com muitas famílias cujos membros perdem rendimentos, porque ficam desempregados, e têm a seu cargo, muitas vezes, crianças ou idosos".Para o desenvolvimento das diversas ações esta campanha conta com a participação de três instituições de solidariedade social que tratarão de receber os pedidos de ajuda e averiguar quais as famílias mais carentes, que mais urgentemente precisam de apoio.Assim, a Cáritas Portuguesa trabalhará de forma mais presente na área do Grande Porto e da Península de Setúbal, a Cruz Vermelha Portuguesa irá ocupar-se da zona de Vale do Ave e a Federação dos Bancos Alimentares contra a Fome irá contribuir com diversos apoios alimentares.Ainda nas palavras de Rui Vilar, "toda a campanha vai funcionar sem custos estruturais e vai haver também um apoio específico na área da Educação, já que as famílias vão ter 50% de apoio nos custos com a educação dos seus filhos".Já o presidente da Fundação EDP, Francisco Sánchez, defendeu que "todas as pessoas terão a oportunidade de participar ativamente nesta campanha e que só com os seus contributos será possível chegar a cada vez mais pessoas carenciadas".O "País Solidário" tem um número de telefone para contribuição (760 307 307), uma conta bancária e um site na Internet que, em breve, estará disponível: www.paissolidario.org.A campanha está sendo promovida pela Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação EDP, Fundação Millenium BCP, Banco BPI, Caixa Geral de Depósitos, RTP, SIC, TVI, AR Telecom e Mr.NET.
Fonte: LUSA - Agência de Notícias de Portugal.